Água de Indaiatuba tem 27 tipos de agrotóxicos

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11 são altamente tóxicos e provocam doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos

A água de Indaiatuba está com presença de agrotóxicos, segundo dados do Ministério da Saúde. Os agrotóxicos apareceram em todas as análises feitas entre os anos de 2014 e 2017. Dos 27 agrotóxicos encontrados na água da cidade, 11 são altamente tóxicos e provocam doenças crônicas como câncer, defeitos congênitos e distúrbios endócrinos.
Em entrevista a Rádio CBN Campinas, o médico oncologista Fernando Medina, lembra que algumas das substâncias encontradas foram banidas em países desenvolvidos.
Medina alerta para o fato de serem 27 diferentes tipos de contaminantes, que, combinados, podem potencializar o risco. O risco de adoecer de câncer por causa do consumo de produtos contaminantes afeta principalmente os que são geneticamente predispostos à doença. Para Medina, a melhor forma de evitar a contaminação da água por agrotóxicos é reduzir sua utilização, incentivando o acesso a produtos orgânicos e melhorando a Legislação.
Entre os 27 detectados nas análises, 11 estavam acima do limite permitido pela legislação da União Europeia e nenhuma acima dos limites brasileiros, que são menos rigorosos.
Os levantamentos desses dados foram obtidos no Ministério da Saúde e tratados em investigação conjunta da Repórter Brasil, Agência Pública e a organização suíça Public Eye.
Esses dados são parte do Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (Sisagua), que reúne os resultados de testes feitos pelas empresas de abastecimento das cidades.
Foram encontrados os 27 agrotóxicos em 504 municípios, o equivalente a 78% de todo o Estado de São Paulo. Além de indícios de que podem ser prejudiciais ao corpo humano, os agrotóxicos também podem afetar a natureza e o meio ambiente. Especialistas afirmam que a mistura entre os agrotóxicos pode formar um coquetel altamente prejudicial a saúde. Além disso, os filtros das empresas de abastecimento não foram projetados com características que permitam a remoção deste tipo de contaminante nas concentrações em que são encontrados ambientalmente.
A reportagem enviou questionamento, indagando sobre a qualidade da água distribuída pelo Saae, para a Secretaria de Relações Institucionais e Comunicação, porém não obteve retorno.

Foto: Indaiatuba News/GrupoRVC

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