Ação especial do ‘Setembro Amarelo’ será com foco na prevenção ao suicídio

Cidades

Neste sábado (29) na Praça Prudente de Moraes e no Boulevard da Cecap das 9h às 13h será realizada uma ação especial com tendas de acolhimento, as atividades encerram a campanha nacional do ‘Setembro Amarelo’ que visa conscientização da população a respeito da prevenção do suicídio. O objetivo é dar orientações à população, ampliando a possibilidade de escuta e apresentar a rede assistencial de cuidado em saúde mental.
Durante todo o mês de setembro a Comissão Municipal de Saúde Mental de Indaiatuba promoveu capacitações aos trabalhadores da Rede de Atenção Básica com o tema da Campanha ‘Falar é a melhor solução’. A proposta foi compor grupos de trabalhos dividindo o município em cinco microrregiões assistenciais para a realização de capacitação técnico-pedagógica, cerca de 100 pessoas, entre trabalhadores do setor de saúde, educação, assistência social e terceiro setor passaram pelo treinamento. O objetivo primário foi aprimorar o conhecimento da rede básica assistencial a realizar a escuta, identificar riscos e manejar de modo qualificado as demandas da população no território em torno do suicídio. As capacitações foram conduzidas pelos profissionais da Rede Básica de Saúde Pública junto ao grupo de trabalho do ‘Setembro Amarelo’.
De acordo com pisiquiatra, Marcia Coutinho, que faz parte da Comissão Municipal de Saúde Mental Equipe de Trabalho das Ações do Setembro Amarelo através das diferentes ações pode perceber a importância de trabalhar de forma integrada e continuada na Identificação precoce do risco de suicídio visando o reforço sistematizado das Políticas Nacionais e Municipais de Prevenção de Suicídio. “Estas ações sem sombra de dúvida mobilizaram de forma muito positiva o vínculo de Trabalho dos diferentes setores da Saúde, Educação e Assistência Social visando a Compreensão do Paciente no seu Contexto Biopsicossocial e Terapêuticas de Trabalho Integradas e com melhor eficácia”, comenta.
Além das ações específicas de capacitação e orientações, a ideia foi reforçar, aos profissionais da saúde, a importância da notificação compulsória das violências auto infringidas. Embora haja registros locais e nacionais, desde o ano de 2011 o Ministério da Saúde propõe a obrigatoriedade da notificação a fim de melhorar os dados epidemiológicos e favorecer o desenvolvimento das políticas públicas para a prevenção do suicídio. A falta desses dados epidemiológicos é um obstáculo para o melhor conhecimento da situação e das características dos sujeitos, assim como para o planejamento das ações. De acordo com o Guia prático para Rede Assistencial Básica de Serviços a inclusão da tentativa de suicídio na lista de agravos de notificação imediata pelo município, resulta na importância de tomada rápida de decisão, como o encaminhamento e vinculação do paciente aos serviços de atenção psicossocial, de modo a prevenir que um caso de tentativa de suicídio se concretize.
Em Indaiatuba o ano de 2017 foi marcado por 70 casos de tentativas de suicídio, cometidas por 38 pessoas. A média de ocorrência de suicídio concretizada no município é de 8 a 10 casos por ano. Vale destacar que a taxa de prevalência nacional da ocorrência do suicídio é de 5,7:100 mil habitantes /ano, dessa forma o município de Indaiatuba se encontra abaixo desse índice.

Dados Nacionais

A mortalidade por suicídio tem aumentado progressivamente, em números absolutos, embora as variações das taxas de suicídio aumentem ou diminuam, conforme a região geográfica. Atualmente, registram-se mais de 870.000 óbitos por suicídio em todo o mundo, o que representa 49% de todas as mortes por causas externas. Infelizmente, não há registros mundiais equivalentes para as tentativas de suicídio, entretanto, estudos mostram que as taxas de tentativas de suicídio podem ser de 10 a 40 vezes mais elevadas que as taxas de suicídio. No geral, o suicídio predomina em homens, numa proporção aproximada de 3:1. Já a tentativa de suicídio é observada numa relação inversa, porém observa-se, no entanto, que essas diferenças vêm diminuindo. No Brasil, em termos de faixa etária, a taxa de suicídio tem aumentado progressivamente, 21% em um intervalo de 20 anos. As taxas aumentaram com a idade, principalmente para o sexo masculino. A proporção de homens que se suicidaram vem sendo maior que a das mulheres, em todas as faixas etárias. Considerando-se as taxas totais, os homens brasileiros se suicidaram de duas a quatro vezes mais que as mulheres. Segundo a faixa etária, as pessoas com mais de 65 anos constituem o estrato com as maiores taxas de suicídio. O efeito da idade é uma tendência crescente a partir da faixa dos 45-54 anos, aumentando rapidamente até o estrato dos indivíduos com mais de 75 anos. O suicídio de indivíduos entre 5-14 anos é uma condição pouco frequente; entretanto, houve um aumento de 10 vezes na faixa etária de 15-24 anos nos últimos anos.

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