Em documento, Fiesp e Ciesp sugerem temas que devem ser prioritários para futuro presidente

Política

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) prepararam juntos uma carta aberta para entregar aos candidatos à presidência da República em que elencam diretrizes para 13 temas que consideram prioritários para o país como educação, economia verde, reforma tributária, política industrial e democracia. As diretrizes foram idealizadas e discutidas com foco no mandato do Governo Federal que se inicia no ano que vem e termina em 2026.

Na quinta (21), o candidato Ciro Gomes, do PDT, foi o primeiro a receber o documento após ter participado de um encontro com a diretoria das duas entidades. Ciro estreou a série de encontros com presidenciáveis promovida pelas duas casas. Cerca de 250 diretores acompanharam o encontro presencialmente e cinco mil assistiram pela internet.

No documento, que será entregue a todos os candidatos à presidência, as duas entidades representativas da indústria citam o quanto a pandemia e a guerra da Ucrânia vêm dificultando a normalização das cadeias globais de suprimentos. As diretrizes foram pensadas neste contexto, considerando também as dificuldades estruturais que pesam sobre o país.

Para as duas casas o setor indústria foi recolocado como o motor para a retomada econômica como consequência de um novo consenso baseado em experiências internacionais e levando em conta as mudanças e a sustentabilidade. “Com essa visão de futuro e com a certeza de que a sinergia entre os setores público e privado é fundamental, assim como o constante diálogo com a sociedade civil, poderemos reconstruir um país que investe, promove a inovação, gera empregos de qualidade e o crescimento sustentável”, afirmam as duas casas.

Alguns destaques

O documento sugere políticas bem delineadas como a revisão da incidência de encargos previdenciários para o incentivo à formalização de empregos. A tributação da folha de salários é um dos assuntos no tópico sobre a reforma tributária.

Nos itens sobre a política industrial, as casas sugerem a ampliação de acordos de cooperação internacional contendo contrapartidas de internacionalização de competências. Para as entidades, é preciso também reduzir a vulnerabilidade de cadeias críticas, como a de alimentos, energia, tecnologia da informação e comunicação, saúde e segurança/defesa com a dinamização de encomendas tecnológicas e do poder de compra do Estado, o aprimoramento da regulação das cadeias e a atração de investimentos de empresas estrangeiras na fronteira tecnológica.

Sobre o quesito economia verde, o documento defende a descarbonização e conferir maior segurança à matriz energética. “Além disso, será preciso maximizar o potencial da bioeconomia como base para a inclusão social das populações vulneráveis e das comunidades tradicionais”, dizem a diretriz.

Já sobre educação, o documento fala em viabilizar a Educação Infantil de qualidade, articulada com atendimento integral na primeira infância e na adoção de políticas voltadas à alfabetização na idade certa. Sobre o Ensino Médio, as diretrizes sugerem, dentre outras coisas, a reformulação desta etapa do ensino, mas também intensificar o uso de tecnologias digitais bem como implementar estratégias de valorização do ensino profissionalizante.

A carta também aborda o compromisso com a democracia, o Estado de Direito e a solidariedade social como parte das diretrizes para a segurança jurídica. Segundo o documento, estes são as principais vítimas das crises econômicas e institucionais. “O compromisso com a segurança jurídica é premissa essencial para o futuro de qualquer país na contemporaneidade.”

Os demais temas do documento são ambiente macroeconômico, inovação e tecnologia, comércio exterior, infraestrutura, política social, construção civil e habitação, agronegócio e modernização trabalhista.

Agenda

Os candidatos convidados para os encontros foram escolhidos conforme desempenho baseado em pesquisas eleitorais do país. Os próximos participantes serão Luiz Felipe D’Avila (27/07), Simone Tebet (01/08), Luiz Inácio Lula da Silva (09/08), Jair Bolsonaro (data a confirmar) e Andre Janones (data a confirmar). Ao final, dos encontros, a Fiesp e o Ciesp entregarão uma carta-compromisso para que os candidatos assinem em defesa de questões defendidas pelas entidades como a reforma tributária, o combate à desigualdade social e a sustentabilidade do País.

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