Produção cresceu 2,8% no 1º semestre de 2019
Foram fabricados no primeiro semestre deste ano 233,1 mil carros no período, 2,8% mais na comparação com o ano passado. Em comparação a maio, quando foram produzidos 275,7 mil veículos, a queda foi de 15,5%, e de 9% ante os 256,3 mil automóveis feitos em junho de 2018. Ainda assim, a Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acredita que é possível melhorar o resultado no 2º semestre.
A queda na produção foi causada pelas férias coletivas em diversas fábricas e o fato de junho ter tido dois dias úteis a menos, além da redução no número de veículos exportados por conta da crise na Argentina, segundo a Anfavea. A situação no país vizinho, principal destino dos carros brasileiros, continua a puxar os números para baixo, marcando uma queda de 41,5% na exportação no acumulado do 1º semestre.
Venda de veículos importados cai 9,6%
As dezesseis marcas filiadas à Abeifa – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, com licenciamento de 2.679 unidades, anotaram em junho último queda de 13,4% em relação a maio de 2019, quando foram vendidas 3.094 unidades importadas. Mas ante junho de 2018, quando foram comercializadas 3.013 unidades, a queda foi de 11,1%.
O desempenho negativo de 11,1% em junho último fez com o resultado do acumulado no primeiro semestre do ano também fosse de queda de 9,6%. Com a retração acentuada de quase 10% e a alta de 10,8% do mercado brasileiro, o setor de veículos importados revisa a estimativa de vendas no ano, de 50 mil unidades para 40 mil unidades em 2019.
Em compensação, as quatro montadoras associadas à entidade que produzem veículos localmente obtiveram crescimento de 44,1%, passando de 10.078 unidades licenciadas no primeiro semestre de 2018 para 14.527 unidades em igual período deste ano. As projeções iniciais de produção local, que eram de 55 mil unidades para 2019, foram mantidas.
“Na última sexta-feira, quando foi anunciada a aprovação do Acordo de Livre Comércio do Mercosul e União Europeia, depois de vinte anos de negociações entre os dois blocos comerciais, nós também comemoramos. Mas as informações ainda estão desencontradas. De qualquer forma, se se concretizar, de imediato poderemos ter uma cota de 32 mil unidades com alíquota de importação reduzida de 17,5%. Além de não sabermos como será a divisão dessa cota, esse volume é muito pequeno”, analisa José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, para quem – neste momento – é mais importante um pacto nacional pela retomada do crescimento da economia brasileira.
“Com a expansão da renda, por meio da estabilidade econômica, os brasileiros voltarão a comprar automóveis. Com a retomada da economia, certamente os investimentos externos também virão e o dólar, moeda corrente de nossas transações comerciais, deve voltar aos patamares mais plausíveis”, argumenta Gandini, “por isso, comemoramos o Acordo de Livre Comércio Mercosul-União Europeia, mas antes torcemos para que o Brasil dê certo. O setor de veículos importados, e o setor automotivo como um todo, precisa de resultados de curto prazo”.
As cinco marcas que mais venderam, em junho, foram a Volvo (624 / -11,1%), Kia Motors (598 unidades / -32,7%), BMW (488 / -7,9%), Land Rover (229 / +15,1%), e Jac Motors (179 / -5,3%).
Somados os emplacamentos de unidades importadas e produzidas localmente, o ranking das cinco marcas, por volumes, aponta, a CAOA Chery com 1.608 unidades (só produção nacional), a BMW com 1.117 unidades (629 nacionais + 488 importadas), a Volvo com 624 unidades (só importadas), a Kia Motors com 598 veículos (só importados) e Land Rover com 403 veículos (174 nacionais e 229 importados).
Foto: Divulgaçãp