Viracopos mapeia focos de atração de aves no entorno do aeroporto
O Aeroporto Internacional de Viracopos realizou um mapeamento e identificação de pontos de atração de aves no entorno do aeroporto. A área que compreende o estudo é denominada ASA (Área de Segurança Aeroportuária) e o seu raio atinge 20 km a partir do centro geométrico da pista de pousos e decolagens, abrangendo 11 municípios: Campinas, Elias Fausto, Hortolândia, Indaiatuba, Itupeva, Jundiaí, Louveira, Monte Mor, Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
Com o levantamento, o aeroporto pretende alertar e obter o apoio dos municípios para a redução dos pontos de descarte e de acúmulo de lixo que possam atrair mais aves e, desta forma, reduzir as colisões de pássaros com aeronaves. Só em 2018, por exemplo, foram registrados 65 colisões de pássaros com aeronaves no entorno do aeroporto. Já em 2017, foram 59. Nenhum dos casos foi grave, mas uma colisão pode causar sérios danos às aeronaves e, dependendo do impacto, pode até causar a queda do avião.
Das 65 colisões registradas em 2018, quatro geraram danos às aeronaves, sendo que duas delas foram causadas comprovadamente por impactos com urubus. Nos outros dois casos de colisão com danos, não foi possível identificar a espécie da ave.
O levantamento foi entregue em uma reunião da Comissão de Gerenciamento do Risco da Fauna, realizada em 19/02/2019, com a participação de representantes de 7 dos 11 munícipios que fazem parte da ASA de Viracopos. Os munícipios ausentes na reunião (Itupeva, Vinhedo, Valinhos e Monte Mor) vão receber o levantamento por correspondência. A pesquisa atende a Lei nº 12.725, de 16 de outubro de 2012, que dispõe sobre o controle da fauna nas imediações de aeródromos.
De acordo com o Artigo 4º da Lei, as restrições especiais constantes no Programa Nacional de Gerenciamento do Risco da Fauna (PNGRF) devem ser observadas, obrigatoriamente: 1) pela autoridade municipal, na ordenação e controle do uso e ocupação do solo urbano, sendo ela a responsável pela implementação e fiscalização do PNGRF; 2) pela autoridade ambiental, no processo de licenciamento ambiental e durante as atividades de fiscalização e controle; e 3) pelo operador do aeródromo, na administração do sítio aeroportuário.
Além disso, o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil N.164/2014, que trata sobre o Gerenciamento do Risco da Fauna nos Aeródromos Públicos, determina a “identificação e localização geográfica dos focos de atração de aves e outros animais no sítio aeroportuário e na ASA, com levantamento das espécies de animais atraídas por cada foco e que causem risco às operações aéreas”.
Mapeamento
A equipe responsável pela gestão do risco da fauna em Viracopos realizou o mapeamento por meio de uma varredura visual com fotografias de satélite (datadas de 18/08/2018, segundo Google Earth Pro) ao longo do raio de 20 km, a partir do centro da ASA. Foram apontados todos os aparentes acúmulos de material (volumes de depósito de lixo) e corpos d’água.
A equipe também realizou sobrevoo com Drone Phantom 4 Advanced, substituindo o helicóptero águia da Policia Militar que apoiou o procedimento nas três vistorias anteriores, para auxiliar na identificação de pontos suspeitos e avaliação mais detalhada dos principais focos de atração.
No total foram mapeados 31 pontos com potencial para atração de aves, com destaque para nove pontos de descarte recorrente de resíduos (próximos às duas cabeiras da pista de Viracopos) e dois envolvendo atividades de risco (fábrica de fertilizantes e aterro sanitário). Ainda foram verificados outros 20 pontos de “descarte potencial”.
Além dos pontos de descarte, também foram mapeados um total de 307 corpos d´água na área, pois estes podem servir de abrigo, ponto de dessedentação e alimentação para fauna.
As informações compiladas pelas equipes de Viracopos são repassadas às autoridades municipais para fiscalização e ordenamento de uso e ocupação do solo, conforme determinações e requisitos legais aplicáveis expostos acima.
A gerente de SGSO de Viracopos, Rosa Brollo, ressaltou que o choque de uma ave de 1,5kg contra uma avião a 300 km, corresponde a aproximadamente 7 toneladas de impacto.
Foto: Divulgação/Ricardo Lima-Viracopos