Região enfrenta a pior estiagem dos últimos 100 anos
A última chuva expressiva que caiu em Indaiatuba foi em abril desse ano, dia 7 choveu 29 mm
Cidades que compõem a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e vizinhas como Salto e Itu já estão com racionamento de água devido a falta de chuva expressiva desde março. Também no Estado de São Paulo, o racionamento é a realidade de 1,2 milhão de pessoas em cidades do interior como Bauru, São José do Rio Preto, Chavantes, Santa Cruz das Palmeiras e Rio das Pedras.
O Consórcio PCJ (Consórcio formado pelos municípios das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) tem alertado de que a estiagem será ainda muito severa.
O País está em uma situação crítica, sofrendo os impactos da emergência climática que assola o mundo inteiro com efeitos diversos. O desequilíbrio no clima tem um impacto devastador na hidrologia do país, que provoca contas de luz mais caras nas cidades (uma vez que os reservatórios das usinas hidrelétricas estão vazios, aumentando o uso das termelétricas), enchentes em Manaus (com a concentração de boa parte da pluviosidade em um período curto de tempo), e perda de colheitas para a pior seca dos últimos 91 anos no Sudeste e Centro-Oeste do país. A crise climática também acentua fenômenos atmosféricos como o La Niña, que favorece a estiagem na região. O La Niña é um fenômeno que inibe a formação de nuvens carregadas, impedindo precipitações generalizadas e consistentes. As frentes frias, que nesta época do ano são os principais sistemas responsáveis por trazer umidade ao Estado, acabam sendo deslocadas para as áreas litorâneas e, como consequência, a chuva não atinge todas as regiões.
De acordo com a medição realizada pelo Saae Indaiatuba, que coleta os dados por meio do pluviômetro instalado na Estação de Tratamento de Água, ETA III no bairro Pimenta, este ano pode ser considerado um dos mais secos da história. A última chuva expressiva que caiu em Indaiatuba foi em abril desse ano, dia 7 choveu 29 mm e no dia 18, 10.5 mm. As chuvas são importantes para alimentar o lençol freático dos mananciais, para que nos períodos de estiagem consigam ter volume suficiente para sua captação.
Dentro desse cenário é fundamental o uso eficiente da água em todos os setores, “É de suma importância a economia de água durante o ano todo, mas, em períodos como estamos vivenciando e praticar o consumo consciente de água não significa deixar de usar o recurso, mas sim repensar as suas formas de uso da água. Para isso precisamos trabalhar juntos”, comenta o superintendente do Saae, Pedro Claudio Salla.
Foto: Divulgação/Saae