Nadadores conseguem retornar do Equador
Equipe paralímpica de Indaiatuba estava isolada em hotel no país sul-americano por causa das medidas de prevenção à Covid-19
A equipe paralímpica de natação de Indaiatuba voltou ao Brasil na madrugada de terça-feira (31) em avião fretado pelo governo federal. Os nove atletas e o treinador estavam retidos no Equador devido a restrições de movimentação em virtude da pandemia do novo coronavírus. Eles tentavam retornar desde o dia 14. O voo de repatriação, com 160 pessoas, foi anunciado no sábado (28) pela embaixada brasileira em Quito. De volta, os integrantes da equipe cumprem período de quarentena preventiva.
De acordo com o técnico Antônio Luiz Duarte Cândido, a programação inicial previa um período de treinos, entre 3 e 21 de março, na cidade de Cuenca, que fica a 2.560 metros acima do mar. A preparação na altitude visava o Open de Natação de São Paulo, uma seletiva para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Essa competição seria entre os dias 26 e 28 de março, mas foi adiada no dia 13. No dia seguinte, o aeroporto local foi fechado para voos internacionais.
Diante do clima de incerteza, o treinador conta que fez contato com a Confederação Paralímpica Brasileira e a Embaixada do Brasil no Equador. A recomendação foi tentar se deslocar para Quito, a quase 500 quilômetros de Cuenca. A capital tinha outros brasileiros em situação de quarentena e querendo retornar ao Brasil. Após uma viagem de ônibus, a delegação foi acomodada em um hotel no centro de Quito. O local estava fechado para hóspedes, mas aceitou receber a equipe. Com exceção do treinador, que saía para atividades essenciais, ninguém ia para a rua.
“Não conseguia descansar, pela preocupação e também pelo barulho de sirenes, alarmes e polícia. As noites eram bem agitadas”, conta Cândido. Para ajudar os atletas, o técnico recomendou a todos diversas atividades. “Era para que eles não ficassem dentro do quarto apenas, para que pudéssemos ter um momento mais tranquilo e de higiene mental”.
A notícia do retorno, revela o treinador, demorou para ser assimilada. “A ficha caiu mesmo quando estávamos no avião. A primeira confirmação foi para quarta (dia 1º), depois anteciparam para terça (31) e acabamos saindo do Equador na segunda (30)”, lembra Cândido. “Já passei por alguns desafios na carreira e este foi mais um para me fortalecer e preparar psicologicamente para a vida. A união que presenciamos no Equador vai além do lado esportivo”.
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