“Você é frouxo e não tem palavra. Não tem responsabilidade como governador do Estado”, disse prefeito de Elias Fausto

Mauricio Baroni (MDB) que fez duras críticas ao governador João Doria (PSDB), está falando com vários prefeitos para fazer uma carreata de chefes do poder executivo até o Palácio do Governo

Em seu pronunciamento através de Live nesta sexta-feira (8), o prefeito de Elias Fausto Maurício Baroni (MDB) comentou sobre a situação do Covid-19 no munícipio. Segue abaixo trechos do discurso.

“Em todos os momentos sempre disse que a saúde é em primeiro lugar, porém, entendo que o Estado de São Paulo é muito grande, tem 645 municípios, destes 505 abaixo de 50 mil habitantes, que é o caso da nossa realidade. Se o governador conhecesse o Estado, que ele desgoverna, que ele não governa, o governador é um irresponsável, ele estaria tomando outras atitudes.

Nos tivemos 4 casos confirmados de Covid-19, sendo que dois já estão curados, um caso está em quarentena e um caso muito grave internado no Hospital Augusto de Oliveira Camargo (Haoc) em Indaiatuba.

A Dengue, está matando também, em nossa região, e felizmente em nosso município não temos nenhum caso, e semana que vem teremos a campanha de vacinação de H1N1 em todos os postos de saúde.

Nós temos um decreto Estadual que obriga o uso de máscara, vamos usar. O nosso município faz a parte dele, desde o começo. Nós já distribuímos mais de 8 mil máscaras gratuitamente a população em vários locais.

Porém nas últimas semanas vimos o governador sempre falando da flexibilização, e os prefeitos estão de mãos atadas. Aqueles que fizeram decretos, imediatamente o governador já repudiou e o Ministério Público já ingressou com ações contra estes prefeitos.

O nosso município tomou a precaução, a maioria das pessoas no nosso município tomaram as precauções que foram pedidas, por isso que nossos números são baixos.  Nós não estamos numa bolha, não estamos isentos de ter mais casos, essa doença é mundial, porém nós temos que analisar caso a caso, São Paulo capital é uma realidade, com seu metrô, suas aglomerações, com os ônibus lotados, com as favelas, Campinas é outra realidade, e Elias Fausto como mais de 500 municípios no Estado de São Paulo também tem suas outras realidades, nós conseguimos ter uma fiscalização maior, e nunca precisamos punir, sempre com as orientações.

Governador eu tenho muita tranquilidade em dizer para o senhor, que eu não te apoiei, o meu apoio e trabalho foi para o candidato Paulo Skaf (MDB) todos sabem disso, no segundo turno você vota por falta de opção, acabei votando para o senhor, me arrependo do meu voto.

Então, tenho que dizer, que o senhor já está querendo antecipar em cima de uma doença, de um vírus contagioso, a sua campanha para presidente, querendo ser conhecido, tenho uma triste notícia para dar para o senhor, nem para síndico você ganha mais. O senhor é um ditador, o senhor está confundindo o Estado de São Paulo ou querendo transformar o Estado em uma Venezuela, em Cuba, estou parafraseando o prefeito de Mirandópolis sim, assisti o vídeo dele, quero parabenizar, uma cidade parecida com a nossa, com 30 mil habitantes, que os comerciantes e a população estão sofrendo, nós não sabemos mais o que fazer, a arrecadação caindo, e agente percebe qual é a sua intenção, porque até agora o que está socorrendo os municípios são as verbas que estão sendo aprovadas pelo Congresso Nacional através do Governo Federal. Se fosse depender do governo do Estado, os municípios fechariam as portas, ou as porteiras como muitos querem. Se dependesse do Estado muito pouco veio, ou quase nada veio. A intenção é realmente essa enfraquecer o governo federal. E digo aqui também, que em primeiro turno não votei para o atual presidente.

Alguns eu vejo sim defender aqueles que fique em casa, e eu disse, aqueles que podem ficar, que fique em casa, parabéns, eu acho isso muito bacana, mas nós temos que respeitar quem precisa trabalhar, aqueles que precisam ganhar o pão de cada dia. O nosso município nunca teve que entregar tanta cesta básica para as famílias, como estamos entregando hoje. Porque as famílias estão desempregadas, porque os comerciantes não têm mais da onde tirar para segurar os seus funcionários, se sacrificaram até agora, as indústrias estão parando de fabricar, vão fabricar para vender para quem, me responda senhor governador.

Eu estou prefeito, tenho meu salário, e relembrar, que eu com meu salário comprei e reverti em cestas básicas e doei para a secretaria de desenvolvimento social fazer as entregas.

Quando fizemos reunião com a Promotora, via conferência, nós colocamos a nossa realidade e o que poderíamos fazer, nós demos soluções, é o que o senhor governador não faz, o senhor coloca o bode na sala e não explica como vamos tirar o bode da sala, tem que dar soluções. Sabe o que está acontecendo governador, o senhor está fazendo a política do medo. Assustar é bem mais fácil do que informar, é bem mais fácil do que fazer.

Quero falar uma coisa governador, que deixa mais triste, o senhor não tem palavra. O senhor é um governador que não tem palavra. Falou que iria estudar o Estado e flexibilizar caso a caso. Iria estudar município por município. Mentira. O senhor fez uma Live com 32 prefeitos, o Estado tem 645 municípios, só conversou com 32 prefeitos, porque são as grandes cidades, onde tem muitos eleitores, pequeno município não interessa governador, mas a gente não vai esquecer do senhor não.

E até recebi uma ligação falando, prefeito o governador pode cortar as verbas do município, que ele corte, porque foi muito pouco que ele mandou para Elias Fausto. Vamos tocar até o fim, você não conhece o interior, não conhece Elias Fausto, nossa realidade. A gente tem que ter responsabilidade. É o que o senhor não está tendo, responsabilidade como governador do Estado de São Paulo.

Quero também lembrar o governador que se não fossem os prefeitos dos municípios, eu duvido que alguma delegacia do Estado de São Paulo estivesse funcionando, se não fossem os municípios ceder os funcionários para as delegacias, elas fechavam. Os Detrans fechavam, não funcionavam. No fórum nós também temos que ceder funcionários para ajudar no trabalho. Até funcionário para a delegacia regional de Capivari, para não parar os plantões. Então, o município faz a parte dele. Então governador a gente sofre aqui, sabe por que, quem bate na minha porta é a população. Se precisar vou atender em praça pública. Você sai do Palácio de helicóptero e desce na sua casa. O senhor não anda na rua, não amassa barro, não conhece a realidade. Quero pedir desculpa para nossa população, porque temos um governador irresponsável. Governador o senhor é frouxo e não tem palavra. Estou falando com vários prefeitos para que possamos fazer uma carreata, não sei se ele vai abrir o portão do Palácio do Governo, mais vamos lá. Sou o primeiro a puxar essa fila. Chamei o governador de coxinha de rodoviária há um mês, quero pedir desculpas, mas não para o senhor governador, mas para os donos das lanchonetes da rodoviária, o senhor não pode nem ser comparado a coxinha de rodoviária, o senhor é uma vergonha para o Estado de São Paulo.”           

Foto: Reprodução