Isolamento social traz maior risco de violência doméstica
Em Indaiatuba, oito ocorrências foram registradas em um fim de semana
O isolamento social em razão da pandemia do novo coronavírus pode representar um risco ainda maior de acirramento da violência doméstica, especialmente para mulheres que são vítimas constantes desse tipo de agressão.
Em Indaiatuba, a Guarda Civil registrou oito ocorrências do gênero no último final de semana. Segundo informou a GC, por meio da assessoria de imprensa, sete mulheres foram agredidas pelos respectivos companheiros e uma pelo filho.
As ocorrências foram registradas na Vila Brigadeiro Faria Lima (Cecap), Vila Suíça, Jardim Oliveira Camargo, bairro Tombadouro, Jardim Morada do Sol, Jardim Califórnia, Bairro Itaici e Jardim Kyoto.
Dois homens foram detidos. De acordo com a GC, um deles ficou preso e o outro foi liberado após ser ouvido pelo delegado. Em três casos, as vítimas negaram a condução até a delegacia e nas outras três ocorrências os agressores fugiram antes da chegada dos guardas.
Impactos
No Brasil, constatou-se um aumento de 9% das ligações no Disque 180, segundo a promotora Fabíola Sucasas Negrão Covas, do Ministério Público de São Paulo. “Não só a ONU Mulheres, mas relatórios de direitos humanos da Human Rights Watch apontam para os impactos da violência de gênero em época de Covid-19, em especial o risco de violência contra as meninas e contra as mulheres”, alerta a promotora.
Segundo ela, é preciso lembrar que o isolamento e o confinamento, mesmo fora desta pandemia, já é considerado uma forma de violência. “O isolamento é utilizado pelos agressores como uma forma de controle psicológico, a fim de ampliar e manter o poder deles sobre as mulheres”, comenta. “Também é considerado um fator de risco para as mulheres porque reduz o contato social da vítima com seus amigos, com seus familiares, reduz as possibilidades dessa mulher se defender, sair de uma situação de violência doméstica, criar uma rede de apoio e buscar ajuda.”
Foto: EDUARDO TURATI /SCOMSOC-GCI